Demorei um pouco para assistir esse filme, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro. Pelo fato do filme ser iraniano (e como já assisti outros filmes iranianos com ritmo bem lento), tive preconceito. Que bom que eu assisti, e que bom que esse filme representa justamente a quebra desse meu preconceito.
O filme começa um pouco lento, de fato, para mostrar o cotidiano de uma família que vive uma separação conjugal e um homem que tem que lidar com o pai com Alzheimer. Tudo para mostrar como aquelas pessoas são comuns, todas com seus problemas cotidianos e de difícil resolução.
Um evento faz com que os personagens vivam, a partir dali, um grande conflito, em que nunca sabemos quem está com a razão. A partir desse conflito, o filme constrói um suspense psicológico intenso e aflitivo, com elementos que serão introduzidos gradativamente. A partir daí, o filme não tem, definitivamente, nada de entediante. O mais interessante é que são conflitos quase domésticos, como brigas entre patrão e empregada, ou uma filha que não sabe se o pai está ou não mentindo, ou uma mulher que está numa situação que vai contra os preceitos de sua religião; situações cotidianas, mas construídas com tanta veracidade, que nos deixam tensos pela trajetória dos personagens.
Justamente por esses problemas tão universais, que o filme consegue se aproximar ainda mais de nós, como se a história também pudesse acontecer conosco. Valeram os prêmios e também a indicação ao Oscar de roteiro original.
Minha Cotação: * * * *