24 de jun. de 2011

Que Eu sou Eu? Parte 2


Eu gostava muito de tirar fotografias. Na verdade, Eu ainda gosta, mas não sabe ainda que papel as fotografias exercem em sua vida. Até hoje se lembra de sua primeira máquina fotográfica, tinha até medo de tocá-la, das fotos ficarem tremidas, ou até mesmo de quando abrir a máquina para tirar o filme, as fotos se queimarem.

Antigamente as máquinas fotográficas eram assim: a gente comprava um filme, que era um rolo de negativos, abria e encaixava na máquina. O filme tinha umas ranhuras que se encaixavam na máquina, e aí ela começava a girar o negativo para dentro dela. A primeira máquina de Eu era ainda mais rudimentar, tinha que girar uma pequena manivela e o filme ia entrando na máquina. Às vezes, o filme emperrava, então tinha que abrir a máquina e já se perdiam algumas fotos no negativo. Uma vez, por exemplo, Eu colocou o filme e ficou feliz que a máquina parecia tirar bem mais fotos do que seu limite (36 poses). Estava na Riviera Francesa, o Eu. Quando levou o filme para a revelação, as fotos tinham queimado. Toda uma viagem, toda uma cidade, sem fotos, sem registro, sem memória. Anos depois Eu quis voltar ao mesmo lugar, apenas para poder tirar as fotos que no passado não pode registrar.

Eu não usa mais máquinas com negativo, mas algumas pessoas ainda usam. Mas Eu ainda tem pastas com muitos negativos, que um dia quer digitalizar. Pois foi com essa primeira máquina, ainda analógica, que Eu teve seu primeiro reconhecimento como artista. Foi em um concurso de fotografias, e Eu teve uma foto publicada em um livro. A foto ficou bonita e original. Depois dessa, Eu ainda teve outras oportunidades em que teve trabalhos reconhecidos como artísticos.

Mas Eu não acredita que pode ser realmente um fotográfo. Eu sabe reconhecer boas fotografias, e sabe que está muito distante delas. Sem falsa modéstia. Mas será que a distância que Eu se encontra desse ideal pode ser afinal ser por Eu percorrida, ou é um caminho que a falta de talento ou vocação tornariam esse caminho impossível de ser traçado?


2 comentários:

  1. Olá Eu e Fabio, não sei mais quem é quem. Você e seu Eu parecem temer muito a falta de talento ou vocação... mas o que são essas coisas senão vontade e insistência? Tudo que nos tornamos tem a ver com nossos desejos e experiências. Você e seu Eu são um excelente fotógrafo. Na minha opinião, poderia produzir grandes obras fotocinematográficas. O problema do seu Eu é o uso do pronome... que ideia mais horrível de usar o pronome como nome... argh!

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  2. kkkkkkkkk.... Eu no fundo tem uma série de dúvidas. Mas é melhor prestar atenção nos sinais, já que um caminho ainda não deu nenhum sinal, e outro já deu alguns.

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