27 de fev. de 2012

"O Artista" é o grande vencedor do Oscar 2012


"O Artista" é o grande vencedor do Oscar 2012


Produção francesa ganhou os principais prêmios, entre eles melhor filme, direção e ator; Brasil perdeu Oscar para "Os Muppets"

http://ultimosegundo.ig.com.br/oscar/o-artista-e-o-grande-vencedor-do-oscar-2012/n1597653786832.html

Como já se esperava, o longa-metragem francês "O Artista", mudo e em preto e branco, foi o grande vencedor do Oscar 2012 na noite deste domingo (27), em Los Angeles. A produção que homenageia Hollywood e o cinema da era clássica levou cinco prêmios: melhor filme, direção (Michel Hazanavicius), ator (Jean Dujardin) e trilha sonora. É a primeira vez que uma obra feita fora dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha vence o Oscar de melhor filme, e a segunda muda na história – a outra foi "Wings", na primeira edição do prêmio, há 84 anos.

Tom Cruise e o produtor francês Thomas Langmann, de "O Artista"

A Dama de Ferro


Em interpretação sensacional ganhadora do Oscar, Meryl Streep é o principal motivo para assistir "A Dama de Ferro". Mas ela tem grandes chances de interpretação graças ao roteiro do filme, que constrói uma Margaret Tatcher bastante controversa, uma mulher que na tentativa constante de se afirmar perante os homens, acaba se tornando uma governante cega aos problemas da população e aos conselhos dos membros de seu governo. O filme só peca no excesso de alternâncias entre a Margaret Tatcher idosa e suas outras fases.

Uma das citações interessantes no filme:

"Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras.
Cuidado com as palavras: elas se transformam em ações.
Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos: eles moldam o seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele decidirá o seu destino."

Parabéns, Meryl.

Minha Cotação: * * * 1/2

26 de fev. de 2012

O Homem que Mudou o Jogo


Filme bem interessante, com excelentes composições dos atores principais (Brad Pitt e Jonah Hill, ambos indicados ao Oscar). A história mostra os bastidores do beisebol americano, não dos jogos em si, mas de como os times são formados, os salários milionários, o jogo de interesses, a participação da mídia, e como uma mudança pode mexer com tudo isso. Por outro lado, há também um homem, cheio de traumas, tentando superá-los através de uma nova oportunidade. Achei que ia ser difícil de entender por não conhecer o esporte, mas realmente não é. Seria ótimo ver um filme sobre os bastidores do futebol brasileiro.

Minha Cotação: * * * *

23 de fev. de 2012

Cabaret


Com tantos musicais em cartaz, e todos caríssimos, fica difícil assistir todos, mas um espetáculo com a Claudia Raia não dá pra perder. Ao contrário do que eu imaginava, o espetáculo sobrevive muito bem sem ela. Jarbas Homem de Melo, que faz o mestre de cerimônias do clube onde Sally Bowles se apresenta, está ótimo. Os dançarinos estão excelentes, nos poucos números musicais em que são exigidos. O cenário é simples, mas impactante e os figurinos são excelentes. Com Claudia Raia, porém, o espetáculo fica melhor, principalmente nas cenas em que ela exibe o talento cômico em uma personagem bem interessante. Nas cenas de canto, como em outras performances, ela é esforçada, mas em alguns momentos compromete. Enfim, teria gostado um pouco mais do espetáculo se os números musicais fossem melhores, poucos são realmente ótimos, alguns são estranhos ou chatos. Mas no geral, é uma peça envolvente e emocionante.

Minha Cotação: * * * *

22 de fev. de 2012

O Despertar


Um bom filme de suspense, que consegue criar uma atmosfera de tensão graças a elementos bastante interessantes, como a direção de arte, a fotografia e a ótima interpretação dos atores. Contribui ainda o filme contar com uma construção de personagens bem interessante, que é essencial para o desenrolar da história. O filme segue uma ideia que parece ter se tornado o novo "quem matou" das histórias de fantasma, ou seja, agora é o "quem morreu". Por isso, o desfecho pode não agradar a todos, mas para mim ficou a contento, embora não tenha achado interessante e tenso como o resto do filme. 

Minha Cotação: * * *

19 de fev. de 2012

A Invenção de Hugo Cabret


Simplesmente emocionante e maravilhosa essa homenagem de Martin Scorsese ao cinema. Primeiro, depois de Avatar, é o filme que melhor usa o 3D de forma empolgante e relevante para a produção. Segundo, a direção de arte e a fotografia são incríveis: os cenários são maravilhosos, a forma como a câmera persegue Hugo pelos corredores e áreas internos da estação de trem, como o filme consegue recriar a Paris de antigamente, ou como recria os filmes de Georges Meliés, são tocantes. Terceiro, o filme é uma história envolvente de um menino que precisa estabelecer laços familiares. Um menino que precisa entender qual a sua função, o seu propósito nesse mundo. Nessa história, o único senão do filme é a interpretação/personagem de Sacha Baron Cohen, que destoa do tom emotivo do resto do filme e não consegue funcionar a contento como alívio cômico. E finalmente, porém a melhor coisa do filme, é uma incrível homenagem ao cinema, que me fez chorar durante inúmeras sequências. Scorsese conseguiu traduzir em um filme o que é a paixão pelo cinema, porque o cinema nos faz sonhar e como essa paixão pode mudar nossas vidas.



Minha Cotação: * * * * *



13 de fev. de 2012

O Último Dançarino de Mao


Um belo filme, que conta a história de um dançarino chinês que passa por uma temporada nos Estados Unidos. O filme começa com ele chegando nos Estados Unidos e ficando admirado com tudo, desde os prédios modernos até com um terminal de caixa eletrônico. Essa parte e alguns diálogos contrapondo a liberdade nos Estados Unidos com a falta dela na China são o ponto fraco do filme, soam forçados demais. Mas todo o restante e o final pra lá de emocionante valem o filme.

Minha Cotação: * * * 1/2

Precisamos Falar sobre Kevin


Experiência masoquista, em que a maior parte do tempo convivemos com o relacionamento problemático entre mãe e filho. A mãe passa por um grande calvário, sofrendo todo tipo de humilhação e pressão. O filho é um psicopata que gosta de vê-la sofrer. O filme cansa um pouco com seus inúmeros flashes da protagonista em tempos diferentes e fora de ordem cronológica e também devido às inúmeras cenas em que o vermelho representa o sangue que irá marcar a vida da protagonista. Tilda Swinton em interpretação marcante e sofredora, é um dos únicos prazeres do filme, embora que como ela sofra o filme inteiro, não dá pra chamar bem de prazer.

Minha Cotação: * * *

12 de fev. de 2012

O Artista

"O Artista" é um filme cheio de referências e cenas emocionantes para cinéfilos. A referência mais óbvia é para "Cantando na Chuva", mas o filme tem uma série de outras homenagens. O resultado é instável. Em alguns momentos, emociona e empolga: como nas sequências que o diretor brinca com a ausência ou não do som. Mas o filme desiste de investir nessa ideia. O conceito do filme como uma produção da época do cinema mudo é interessante, mas perde força no decorrer da projeção. O uso da música de Bernard Herrmann, do clássico "Um Corpo que Cai" de Hitchcock, é emocionante (porque a música é um escândalo), mas não encontra reflexo apropriado nas imagens. Enfim, apesar dos altos e baixos, a história é envolvente e conta com os dois atores principais cheios de carisma e talento (ambos indicados ao Oscar). Escutei vários roncos durante o filme, então não sei se é um filme para todos; mas também escutei aplausos ao final da projeção, pois para aqueles que amam cinema (em particular o cinema antigo), é um presente.

Minha Cotação: * * * *

3 de fev. de 2012

Histórias Cruzadas


Uma boa história sobre uma realidade nem tão distante, onde negros e brancos não podem usar o mesmo banheiro. O filme conta com as interpretações de Viola Davis, Octavia Spencer e Jessica Chastain, indicadas ao Oscar e duas delas com grandes chances (o filme também ganhou o prêmio de melhor elenco no SAG Awards), além de também indicado ao Oscar de melhor filme. Como diz a crítica abaixo, é um feel good movie, porque apesar do drama da discriminação racial, a história nos dá o direito de sonhar e nos deliciar com uma reviravolta. E tem a já clássica cena da torta de chocolate.

P.S.: Os críticos estão reclamando que o filme abusa do dramalhão para tentar arrancar lágrimas (tem até personagem com câncer) e o filme mostra uma situação em que os negros só conseguem superar as dificuldades com ajuda dos brancos. Enfim, é uma leitura possível, mas não foi a minha.

Minha Cotação: * * * *