22 de fev. de 2012

O Despertar


Um bom filme de suspense, que consegue criar uma atmosfera de tensão graças a elementos bastante interessantes, como a direção de arte, a fotografia e a ótima interpretação dos atores. Contribui ainda o filme contar com uma construção de personagens bem interessante, que é essencial para o desenrolar da história. O filme segue uma ideia que parece ter se tornado o novo "quem matou" das histórias de fantasma, ou seja, agora é o "quem morreu". Por isso, o desfecho pode não agradar a todos, mas para mim ficou a contento, embora não tenha achado interessante e tenso como o resto do filme. 

Minha Cotação: * * *


CRÍTICA | CINECLICK
O DESPERTAR
Roberto Guerra
http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/o-despertar/id/17922

Pessoas fragilizadas pela perda de um ente amado são vítimas fáceis de aproveitadores travestidos de paranormais na Europa do pós-Primeira Guerra. Florence Cathcart (Rebecca Hall), ela mesma vítima da guerra - seu noivo também foi morto na frente de batalha – luta para desmascarar os golpistas que exploram a boa fé daqueles que buscavam algum alento para a dor. Ela é a protagonista de O Despertar, longa de estreia de Nick Murphy que bebe na fonte de produções como Os Outros e O Orfanato, mas que fica aquém destes muito em função de um desfecho fraco.

A trama de O Despertar tem sua primeira meia hora desenvolvida com habilidade, o que resulta na apreensão da atenção do espectador logo nos primeiros minutos de projeção. A sequência de abertura faz uma ótima apresentação da personagem Florence, para logo depois a vermos sendo contratada para desvendar a morte de uma criança num colégio para meninos e, paralelamente, a suposta aparição de um fantasma. Na busca pela verdade ela conta com a ajuda do Sr. Mallory (Dominic West), funcionário da escola onde ocorre a tragédia, e da governanta Maud Hill (Imelda Staunton, sempre eficiente).

O longa segue a senda da narrativa convencional, com começo, meio e fim bem delimitados em três sequenciais. Mesmo convencional e invocando velhos clichês, o filme de Nick Murphy é bem conduzido e galga com harmonia níveis crescentes de mistério e tensão, abrindo à audiência um leque de possibilidades para seu final. É justamente aqui que está o problema de O Despertar. Sua conclusão é um tanto decepcionante, pouca criativa, o que deve gerar certa frustração àqueles que embarcam na trama na qual se destacam as boas atuações e a ambientação e atmosfera perfeitas criadas pelo elogiável trabalho de direção de arte somada à fotografia drenada de cor, quase monocromática, de Eduard Grau (de Enterrado Vivo).

Apesar da escorregada ao final, do sentimento de déjà vu que produz de tempos em tempos, ainda assim O Despertar é bom entretenimento para quem curte filmes sobre fantasmas e mistérios sobrenaturais. Há ótimos momentos, como a aterrorizante sequência da casa de bonecas. Outros, no entanto, deixam a desejar. Na média há material suficiente no filme para manter o espectador desperto, sem trocadilhos.


FICHA TÉCNICA
Diretor: Nick Murphy
Elenco: Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton, Lucy Cohu, John Shrapnel, Diana Kent, Richard Durden, Alfie Field, Tilly Vosburgh, Ian Hanmore
Produção: Sarah Curtis, Julia Stannard, David M. Thompson
Roteiro: Nick Murphy, Stephen Volk
Fotografia: Eduard Grau
Trilha Sonora: Daniel Pemberton
Duração: 107 min.
Ano: 2011
País: Reino Unido
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: PlayArte
Estúdio: StudioCanal / BBC Films / Lipsync Productions / Creative Scotland / Origin Pictures / Scottish Screen



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