15 de jan. de 2012

Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras


Não gostei muito desse Sherlock Holmes, que achei que ficou devendo em vários aspectos, principalmente no humor e no roteiro. Atores escalados são desperdiçados, como o ótimo Stephen Fry (que faz o irmão de Sherlock) e Noomi Rapace (da versão original da série Millenium) e Robert Downey Jr se repete. A história é rocambolesca e não chega a envolver. O destaque fica para a cena da floresta, em que os personagens são perseguidos por tiros de diversas armas, uma cena muito bem feita. Mas é pouco para um filme que poderia muito mais, mas se eu fosse com menos expectativas, talvez tivesse gostado mais.

Minha Cotação: * * *


CRÍTICA | BLOG DO RUBENS

12 janeiro 2012
Estreia: Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras
por Rubens Ewald Filho

http://noticias.r7.com/blogs/rubens-ewald-filho/


Apenas dois anos depois do primeiro e bem-sucedido filme de Sherlock Holmes feito pelo inglês Guy Ritchie, ainda mais lembrado com ex-marido de Madonna, esta continuação decepciona ao repetir certos truques e confiar mais na ação do que em enredo e trama.

Além disso, Ritchie não é bom com atores, o que se comprova porque sua ex nunca esteve pior no cinema do que quando foi dirigida por ele! Assim deixa Downey Jr. extrapolar, que está cada vez mais interpretando a si mesmo e se esquecendo do personagem.

Intensifica o clima homoerótico entre a dupla, fazendo sem necessidade eles até dançarem juntos num salão de festas de luxo e joga fora a primeira participação internacional de Noomi Rapace, que ficou com cara de Ruth Escobar, num papel de cigana que é, literalmente nada, passa o tempo todo sem ter o que fazer, perdida.




Ela naturalmente é a atriz sueca do original Os Homens que não Amavam as Mulheres, não a refilmagem americana!). O maior erro, porém, é chamar Jared Harris, já um veterano para viver o papel do arquiinimigo Professor Moriarty. Para dar certo, tinha que ser um ator carismático à altura de Downey (que pode ser arrogante e pedante, mas tem carisma), alguém como um Sean Connery, Ben Kingsley ou já falecido pai de Jared, Richard Harris.

Mas Jared nada acrescenta e perde uma excelente oportunidade. E o que dizer do final, que é realmente extraído de um livro de Conan Doyle, que retrata uma situação semelhante, mas aqui nem se dão direito ao trabalho de explicar como Holmes se safou dessa! Um detalhe: antes dele, foram considerados para o papel, mas o recusaram: Brad Pitt, Gary Olmand, Daniel Day Lewis, Sean Penn e Javier Bardem (qualquer um deles estaria melhor).

O começo é particularmente mal-sucedido, porque não consegue encontrar o tom certo, chegando a matar um personagem importante do filme anterior assim rapidinho, sem mostrar sequer detalhes. Também as piadas e brincadeiras não funcionam e tudo só vai engrenar quando partirem para a ação.

Dali até o final, ajudado por uma excelente produção, figurantes, cenografia convincente, figurinos, trilha musical retumbante de Hans Zimmer, o filme será uma sucessão de tiroteios, perseguições de trem ou a pé ou a cavalo (as na floresta com o ataque do canhão são especialmente bem feitas), numa fabrica alemã de munições, atentados em hotéis e palácios. (Quando Holmes anda de mula se usa de fundo a melodia de Morricone para Two Mules for Sister Sara/Os Abutres tem Fome).



A história é justamente esta: estão acontecendo uma série de atentados pela Europa inteira que parecem provocados por anarquistas, mas que tem por trás o supervilão intelectual Moriarty (nunca fica bem claro porque mal conhecemos Moriarty, enquanto nos livros ele teve várias histórias para se apresentar e deixar sua marca).

Enquanto isso Watson (chamado aqui de John, e não Doutor) está para se casar, apesar da oposição de Holmes que ainda assim é seu padrinho. A esposa é a inglesa Kelly que esteve em Orgulho e Preconceito e no filme anterior).

É estranho também que Watson deixa de ser o narrador para ser um parceiro de aventuras, dividindo perigos e feitos, e não mais alivio cômico, que fica apenas com Stephen Fry, que aparece como o irmão Mycroft Holmes (usando a sugestão de que Conan Doyle teria se inspirado em Oscar Wilde para criá-lo, já que Fry esse papel no cinema).

Ritchie continua a saber fazer uso da edição rápida e criativa que é sua marca registrada, faz isso quando quer mostrar como é o pensamento/raciocínio dedutivo de Holmes ou como ele realizou alguma coisa, mostrado em flash back. Mas por algum motivo se perde, não entendi porque quando Holmes se disfarça para espionar, a maquiagem dele seja de chinês, seja de mulher- sugestão do ator porque no original seria de padre - está sempre incompleta e mal feita.

Só por curiosidade, o roteiro se inspira no conto The Final Problem, mas também usa material de outros : O Signo dos Quatro, The Greek Interpretor, Valley of Fear, The Speckled Band, The Dying Detective, Bruce Partington Plans, The Second Stain e o bilhete vem de The Adventure of the Creeping Man. O elemento temático de tudo é sempre o jogo de xadrez (seria porque Holmes e Moriarty disputam uma partida).

Já com US$ 90 milhões de renda, Sherlock II está longe de ser um fracasso de bilheteria. Mas meu interesse, tenho que confessar, já foi disperso porque gostei mais da série de teve da BBC, o Sherlock Holmesque surgiu em 2010 (eles fazem três longas por ano apenas e a temporada mais recente estreou só estes dias porque os atores centrais estavam no elenco The Hobbit).

Este novo Holmes acontece na época atual, se usa muito celular, internet e tecnologia recente. Holmes é feito por Benedict Cumberbatch (leiam sobre ele aqui no blog em breve) e Martin Freeman (como um veterano da Guerra do Afeganistão como o original, soque outra guerra! A recente. Os filmes são inteligentes e divertidos e os personagens me parecem mais fáceis de gostar e torcer que os do cinema. Procurem assistir que vale a pena.


FICHA TÉCNICA
Diretor: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Noomi Rapace, Jude Law, Stephen Fry, Jared Harris, Stephen Fry
Produção: Susan Downey, Dan Lin, Joel Silver, Lionel Wigram
Roteiro: Kieran Mulroney, Michele Mulroney
Fotografia: Philippe Rousselot
Trilha Sonora: Hans Zimmer
Duração: 129 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Lin Pictures / Silver Pictures
Classificação: 14 anos


2 comentários:

  1. Desculpe a falha...é q não carrega direito aqui a página... mas poxa adoro o Stephen Fry e a Lisbeth Salander (Noomi Rapace)...A Noomi com cara de Ruth Escobar foi demais hahahahahah Estava com expectativa grande mas agora sei lá... Este novo Holmes na época atual eu queria assistir..será q é facil achar..?Brigadão pelas avaliação!!! bjo

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  2. Oi, Paulinha. Realmente, a Noomi está muito diferente, só descobri depois que li uma crítica, pois vendo o filme não tive nem ideia. Hoje estava conversando com meu professor na academia e ele gostou muito do filme, então acho que é questão de gosto mesmo. Bjs.

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