A TV Globo lançou recentemente algumas novas séries de humor distribuídas em sua grade. Na terça-feira, por exemplo, são exibidos "Tapas e Beijos" e "Divã", na sexta-feira "Macho Man" e no domingo "Batendo Ponto".
"Tapas e Beijos" prometia. Fernanda Torres e Andréa Beltrão são duas das melhores atrizes e comediantes da atualidade. Tá certo que o resto do elenco também não é lá essas coisas, como Vladimir Britcha (que já estava insuportável no "Separação?") ou Otávio Muller, entre outros. Mas o texto de Claudio Paiva ("A Grande Família") simplesmente não ajuda. É raro ver um momento que realmente faça juz a essas duas grandes atrizes.
O resto se repete nas demais séries. Bons atores, séries com bom potencial, mas com textos fracos, sem graça. "Divã", por exemplo, com a excelente Lília Cabral, no episódio dessa terça-feira, ia muito bem falando sobre o contato da protagonista com uma celebridade e uma interessante discussão sobre o fascínio que essas pessoas exercem. De repente, a história abandou essa abordagem interessante para discutir uma trama banal: o filho da protagonista se envolve com uma mulher mais velha e a mãe reprova o relacionamento. A trama foi para o chão.
"Macho Man", com texto de Fernanda Young e Alexandre Machado, já responsáveis pelo excelente "Os Normais" mas pelo irritante "Separação?", dessa vez até parecem contar com um texto razoável, com algumas boas piadas e elenco interessante. Nesse caso, quem peca mais é Jorge Fernando. O ator está aquém do texto e de sua companheira de elenco: Marisa Orth. Mas quem sabe ainda pode melhorar com o tempo.
Finalmente, "Batendo Ponto" tem premissa interessante: falar sobre o mundo corporativo, situações que acontecem em um ambiente de trabalho. Parece uma fonte inesgotável de piadas e situações interessantes. Não para os roteiristas. A série ainda não engatou, apesar do ótimo elenco: Ingrid Guimarães, Pedro Paulo Rangel, Luiz Miranda, Alexandre Nero fazem o que pode. Mas o texto não ajuda muito.
É uma pena, portanto, que os seriados de humor ainda não atingiram um patamar de qualidade interessante. Em relação às produções, direção e elenco, parece que está tudo preparado. Só faltam os textos atingirem esse patamar. Eu acho muito difícil fazer humor, realmente, mas parece um desperdício lamentável que tantos profissionais bons juntos não estejam conseguindo atingir melhores resultados. Vamos aguardar, quem sabe melhora.
Acho que as séries levam um tempo maior para começar a dar certo, pois os personagems estão surgindo e se moldando. E é sempre inevitável não comparar com trabalhos anteriores, mas acho que devemos dar um tempo e ver como as coisas fluem e se adaptar as novas tendências.
ResponderExcluirTomara que os seriados melhores mesmo. Seria mesmo um desperdício de atores tão bons, vamos ver.
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