4 de ago. de 2012

Bem-Amadas


Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni em cena de "Bem-Amadas"
Em "Bem-Amadas" (Les bien-aimés, 2011), o diretor francês Christophe Honoré retorna ao musical do delicioso "Canções de Amor", de 2007.

Se em "Canções de Amor" éramos surpreendidos pelas canções, que subitamente eram interpretadas pelo elenco em situações cotidianas, aqui o efeito é repetido. Alex Beaupain, o autor das músicas do filme anterior, repete a parceria com Honoré. Mas se em "Canções de Amor", as músicas eram lindas e colaboravam para a intensidade dramática do filme, aqui elas no geral não possuem a mesma qualidade.


O mais interessante do filme mesmo fica para o roteiro. Numa montanha russa de situações (só interrompida vez ou outra para os personagens cantarem), o filme começa bastante interessante, no passado, quando Madeleine, ainda jovem e prostituta (Ludivine Sagnier, também de "Canções de Amor" e "Oito Mulheres") se apaixona, casa-se e muda para Praga com o marido. Os anos passam e Madeleine (agora interpretada por Catherine Deneuve) está envolvida com dois homens e sua filha (Chiara Mastroianni, também filha de Catherine na vida real) também tem diversos problemas sentimentais. O filme avança por tantos acontecimentos, não somente íntimos como históricos, que vão de revoluções a atentados, que é de se espantar que o roteiro consiga manter uma coesão. Mas consegue.

Durante toda a projeção, ficamos envolvidos pelas histórias de amor e desencontros amorosos contadas, com ótimas interpretações do elenco (em que também se destacam o diretor Milos Forman, de "Hair" e "Amadeus" e o ator Louis Garrel, que também participou do elenco de "Canções de Amor"), mas o filme pesa a mão quase em seu final, quando além da duração excessiva, acaba por se tornar dramático em excesso. "Canções de Amor" também é melhor nesse aspecto: seu final era muito mais leve e interessante.


Cotação do Janela Indiscreta: * * * 1/2


FICHA TÉCNICA
Diretor: Christophe Honoré
Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Ludivine Sagnier, Louis Garrel, Milos Forman, Paul Schneider, Radivoje Bukvic, Michel Delpech, Omar Ben Sellem, Dustin Segura-Suarez
Produção: Pascal Caucheteux
Roteiro: Christophe Honoré
Fotografia: Rémy Chevrin
Trilha Sonora: Alex Beaupain
Duração: 139 min.
Ano: 2011
País: França, Reino Unido, República Checa
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Why Not Productions / France 2 Cinéma / Sixteen Films / Canal+ / France Télévision / Orange Cinéma Séries / Région Ile-de-France / Negativ / Le Fonds d'Action de la Sacem
Classificação: 16 anos





4 comentários:

  1. Eu achei o filme bem legal... gosto de ver quando um diretor consegue chocar toda a plateia. Os comentários durante o filme eram inevitáveis... Achei o filme bem mais corajoso que Canções de Amor, que era doce, meigo e sem importância. Já esse é forte, impactante e tem um quê de pós-moderidade, mostrando o que o mundo virou dos anos 60 pra cá. Gostei bastante das músicas também!

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    1. Oi, Luiz. Realmente, os comentários foram impagáveis. Tinha esquecido disso. É um filme mais corajoso mesmo, mas Canções de Amor é encantador, eu adoro, mesmo sem importância. rs. Vou escutar mais vezes as músicas, talvez eu goste mais.

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  2. Eu adoro as cenas com Sagnier, o começo é muito divertido, mas logo esse clima vai sendo deixado de lado para entrar um tom de melancolia. É um filme que vale ser conhecido. Adoro as canções. Abração!

    http://www.cinemadetalhado.com.br

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    1. Realmente, Celo. Vale ser conhecido, visto e revisto. Obrigado pela visita. Abs.

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