Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni em cena de "Bem-Amadas" |
Se em "Canções de Amor" éramos surpreendidos pelas canções, que subitamente eram interpretadas pelo elenco em situações cotidianas, aqui o efeito é repetido. Alex Beaupain, o autor das músicas do filme anterior, repete a parceria com Honoré. Mas se em "Canções de Amor", as músicas eram lindas e colaboravam para a intensidade dramática do filme, aqui elas no geral não possuem a mesma qualidade.
O mais interessante do filme mesmo fica para o roteiro. Numa montanha russa de situações (só interrompida vez ou outra para os personagens cantarem), o filme começa bastante interessante, no passado, quando Madeleine, ainda jovem e prostituta (Ludivine Sagnier, também de "Canções de Amor" e "Oito Mulheres") se apaixona, casa-se e muda para Praga com o marido. Os anos passam e Madeleine (agora interpretada por Catherine Deneuve) está envolvida com dois homens e sua filha (Chiara Mastroianni, também filha de Catherine na vida real) também tem diversos problemas sentimentais. O filme avança por tantos acontecimentos, não somente íntimos como históricos, que vão de revoluções a atentados, que é de se espantar que o roteiro consiga manter uma coesão. Mas consegue.
Durante toda a projeção, ficamos envolvidos pelas histórias de amor e desencontros amorosos contadas, com ótimas interpretações do elenco (em que também se destacam o diretor Milos Forman, de "Hair" e "Amadeus" e o ator Louis Garrel, que também participou do elenco de "Canções de Amor"), mas o filme pesa a mão quase em seu final, quando além da duração excessiva, acaba por se tornar dramático em excesso. "Canções de Amor" também é melhor nesse aspecto: seu final era muito mais leve e interessante.
Cotação do Janela Indiscreta: * * * 1/2
FICHA TÉCNICA
Diretor: Christophe Honoré
Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Ludivine Sagnier, Louis Garrel, Milos Forman, Paul Schneider, Radivoje Bukvic, Michel Delpech, Omar Ben Sellem, Dustin Segura-Suarez
Produção: Pascal Caucheteux
Roteiro: Christophe Honoré
Fotografia: Rémy Chevrin
Trilha Sonora: Alex Beaupain
Duração: 139 min.
Ano: 2011
País: França, Reino Unido, República Checa
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Why Not Productions / France 2 Cinéma / Sixteen Films / Canal+ / France Télévision / Orange Cinéma Séries / Région Ile-de-France / Negativ / Le Fonds d'Action de la Sacem
Classificação: 16 anos
Eu achei o filme bem legal... gosto de ver quando um diretor consegue chocar toda a plateia. Os comentários durante o filme eram inevitáveis... Achei o filme bem mais corajoso que Canções de Amor, que era doce, meigo e sem importância. Já esse é forte, impactante e tem um quê de pós-moderidade, mostrando o que o mundo virou dos anos 60 pra cá. Gostei bastante das músicas também!
ResponderExcluirOi, Luiz. Realmente, os comentários foram impagáveis. Tinha esquecido disso. É um filme mais corajoso mesmo, mas Canções de Amor é encantador, eu adoro, mesmo sem importância. rs. Vou escutar mais vezes as músicas, talvez eu goste mais.
ExcluirEu adoro as cenas com Sagnier, o começo é muito divertido, mas logo esse clima vai sendo deixado de lado para entrar um tom de melancolia. É um filme que vale ser conhecido. Adoro as canções. Abração!
ResponderExcluirhttp://www.cinemadetalhado.com.br
Realmente, Celo. Vale ser conhecido, visto e revisto. Obrigado pela visita. Abs.
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