O filme
"As Vantagens de ser Invisível" começa como um típico filme de adolescentes, com o jovem Charlie entrando para o ensino médio e enfrentando dificuldades pela sua dificuldade de se ajustar aos demais jovens. No decorrer de sua trajetória, que deseja ser escritor e inicia uma amizade com um grupo de veteranos também alternativos, o filme alça vôos mais altos, com temas como drogas, homossexualidade, pedofilia e suicídio. Inspirado em seu próprio livro, Stephen Chbosky (roteirista de "Rent") roteirizou e dirigiu esse filme, que conta com ótimo elenco, a começar por Logan Lerman ("Percy Jackson e o Ladrão de Raios"), Emma Watson (da série Happy Potter) e Ezra Miller ("Precisamos Falar sobre Kevin"). Mas o filme também conta com pequenos papéis de Joan Cusack (adoro, mas em papel apagado), Dylan McDermott (da série "American Horror Story") e Nina Dobrev (da série "Diários de Vampiro"). O final é incrível, muito emocionante.
Cotação: * * * *
Muito superior ao primeiro filme,
"De Pernas pro Ar 2" é uma comédia muito divertida até sua primeira metade. Existem momentos hilários, em parte graças à sua protagonista, a ótima Ingrid Guimarães. O filme, aliás, é um ótimo veículo para ela. Coisa que aliás o cinema brasileiro às vezes tenta e não consegue: criar bons veículos para seus grandes atores. Após Alice começar a trabalhar em uma sex shop no primeiro filme, agora ela já é uma executiva de sucesso e viciada no trabalho. Após uma estafa, é obrigada a se internar numa clínica de reabilitação. Na clínica estão as melhores cenas, graças às participações de Tatá Werneck (Comédia MTV) e Luis Miranda. Depois o filme parte para Nova Iorque, onde perde a força (e a graça). Eriberto Leão está péssimo (como de costume) e Cristina Pereira (ex-TV Pirata) tem as piores piadas. De qualquer forma, o filme está acima da média, garante algumas gargalhadas e merece uma conferida.
Cotação: * * * 1/2
"Paris-Manhattan" é uma homenagem a Woody Allen, contada através da história de uma jovem farmacêutica que, desiludida com suas experiências amorosas, desabafa com um quadro do diretor na parede do seu quarto. O Allen do quadro conversa com ela, e o filme da estreante Sophie Lellouche utiliza frases do próprio Woody extraídas de seus filmes, como o "Manhattan" do título. O filme termina por ser uma comédia romântica francesa e simpática, e é melhor quando não comparada com a obra do famoso diretor nova-iorquino. Em alguns momentos, o filme até remete a filmes do diretor, como "Um Misterioso Assassinato em Manhattan", numa cena em que os personagens invadem um apartamento numa investigação. Mas nem os personagens, nem a história chegam perto (ou sequer se assemelham) dos filmes de Woody. O filme consegue encerrar de forma simpática, numa cena típica dos finais de comédias românticas, que parecem ser uma melhor referência do que a cinematografia de Woody Allen.
Cotação: * * *
Ao contrário do pedante "Cosmópolis", e em comum com esse o fato de boa parte da ação se passar dentro de uma limosine,
"Holy Motors", do diretor francês Leos Carax, é bem mais interessante e divertido. O "enredo" é enigmático; enredo entre aspas porque o filme é uma soma de pequenas histórias, entrelaças pelo fato de serem interpretadas pelo mesmo ator (Denis Lavant), mas que não possuem muito nexo. Algumas são mais compreensíveis do que outras, que abusam da loucura de seus personagens, como por exemplo no trecho em que o M. Merde sequestra uma modelo (Eva Mendes). No contexto geral, acompanhamos um dia na rotina de Oscar, um homem que tem vários compromissos durante o dia. Para cada "compromisso", ele se traveste de um personagem e vive uma vida específica, numa possível metáfora do que é ser ator, ou das diversas vidas que somos capazes de viver em uma só, ou do papel do cinema nos dias de hoje. O filme também conta com participação de Kylie Minogue, em papel originalmente concebido para Juliette Binoche.
Cotação: * * * *