Cartaz do filme "O Impossível", dirigido por J. A. Bayone ("O Orfanato") |
Inspirado na história de uma família que sobreviveu ao tsunami no Oceano Índico, "O Impossível" tem realização impecável e emociona do início ao fim
por Fábio Pastorello
"O Impossível" (The Impossible, 2012) começa com uma viagem, uma família dentro de um avião, em direção da Tailândia. Ali o filme já introduz pequenos elementos que irão colaborar para a construção dramática do filme, seja no conflito familiar e corriqueiro entre mãe (Naomi Watts, indicada ao SAG e ao Globo de Ouro como melhor atriz por esse filme) e filho rebelde (Tom Holland), ou na página de um livro que está solta. Tudo o que acontece nos primeiros minutos do filme colabora para nos mergulhar no clima cotidiano de uma viagem (com tudo o que pode haver de bom nela), mas que irá terminar de forma trágica. Esse contraponto do comum ao extraordinário é essencial para o impacto que o filme irá provocar.
Dirigido pelo espanhol Juan Antonio Bayona (do ótimo "O Orfanato", 2007, cujo tema também envolvia uma mãe em uma luta pessoal envolvendo o filho), o filme surpreende pela qualidade narrativa e de produção. A forma como o filme recria o tsunami que fez mais de 220 mil vítimas e devastou diversas localidades à margem do Oceano Índico em 2004, é impressionante. Desde o acontecimento em si (a onda gigantesca invadindo e arrastando tudo) até o trabalho de assistência dos sobreviventes, tudo é recriado com riqueza de detalhes e veracidade primorosas.
A sequência logo após o tsunami é de uma veracidade impressionante |
[spoiler] O roteiro também apresenta seus elementos, de forma gradativa. Por exemplo, ao invés de construir uma narrativa em paralelo, mostrando o que acontece com os sobreviventes alternadamente, o roteiro faz com que o público compartilhe a dúvida sobre o destino dos outros personagens.
Imagens dos bastidores de "O Impossível" |
Toda a emoção e tensão culminarão em seu clímax "impossível". Se o filme tem algum problema, é justamente o seu clímax, que soa inverossímel. Logo no início, a película já ressalta que a história é inspirada em fatos reais, mas o desfecho é tão improvável que me fez questionar até a realidade contada pelos sobreviventes. Mas no contexto do filme funciona bem justamente para que o público chegue ao ápice emocional. Ao final do filme, palavras como "lindo" e "triste" são facilmente proferidas pela platéia. Nada mais justo, a história é realmente linda, mas ao mesmo tempo muito triste.
Cotação do Janela Indiscreta: * * * * 1/2
O filme traz Ewan McGregor e Naomi Watts nos papéis principais, ambos excelentes |
Gostei bastante do filme também, apesar de muito impossível, rs. Ewan Mc Gregor é quase certeza de qualidade.
ResponderExcluirAssisti um filme com o McGregor também essa semana, o "Salmon Fishing in the Yemen" mas foi regular. Gosto dele, mas não é sempre que ele acerta na escolha dos filmes não.
ExcluirUm filme de emoções fortes. Você acha que Naomi Watts ganhará o Oscar, caro Fabio? Eu acho que ela merece. Abraço.
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