Lembro que assistia o filme antigo dos Três Mosqueteiros na sessão da tarde, quando era criança, e ficava fascinado pela história e pelos personagens. Essa refilmagem conseguiu manter, para mim, alguns personagens interessantes, como a Milady de Milla Jojovich ou o Cardeal de Christopher Waltz. No caso dos três mosqueteiros, faltou um pouco mais de desenvolvimento dos personagens, e o único destaque é mesmo Matthew Macfadyen (Orgulho e Preconceito) no papel de Athos. Além disso, merecem destaque os figuros e a belíssima direção de arte, com lugares grandiosos e cenas de ação bem integradas aos lugares históricos.
Minha Cotação: * * *
Crítica Cineweb
11/10/2011
http://www.cineweb.com.br/filmes/filme.php?id_filme=3508
Juntando-se às já diversas versões cinematográficas do famoso romance de 1844 do francês Alexandre Dumas (pai) no cinema, Os Três Mosqueteiros, do diretor inglês Paul W. S. Anderson (Alien vs Predador), toma o máximo de liberdade em relação ao texto original ao investir mais em inusitadas batalhas aéreas do que em duelos de capa e espada.
Para poder encaixar batalhas aéreas em pleno século XVII, a época da história, os roteiristas Alex Litvak e Andrew Davies foram buscar inspiração nos projetos pioneiros de Leonardo Da Vinci. Quando o filme começa, há uma intensa movimentação numa cripta, para a captura do projeto de uma máquina de guerra voadora de Da Vinci – para a qual se unem os três mosqueteiros, Athos (Matthew Macfadyen), Porthos (Ray Stevenson) e Aramis (Luke Evans), ajudados pela espiã Milady de Winter (Milla Jovovich).
A sequência, uma das melhores do filme, é ambientada em Veneza. Mas logo acontece a traição de Milady, por quem Athos é apaixonado, já que a bela moça está secretamente a serviço do cardeal Richelieu (Christoph Waltz, de “Bastardos Inglórios”), o cérebro por trás do trono francês, ocupado naquele momento por um ingênuo garoto, Louis XIII (Freddie Fox).
Como na França ninguém sabe da verdadeira agenda do traiçoeiro cardeal, o fracasso dos Mosqueteiros custa-lhes caro. Eles são colocados de escanteio, sem eira nem beira, até que chega do interior o pretendente a quarto membro da trupe, o jovem D’Artagnan (Logan Lerman, de Percy Jackson e o Ladrão de Raios). Cheio de garra e vontade de lutar, o garoto injeta vida nova ao trio de veteranos e ainda ganha a simpatia do rei, a quem D’Artagnan dá até conselhos amorosos, ensinando-o como se aproximar mais da rainha Anne (Juno Temple).
O grande desafio dos Mosqueteiros vai começar com a visita do enviado da Inglaterra, o duque de Buckingham (Orlando Bloom). Supostamente para negociar um armistício com a França, ele desembarca a bordo de um navio voador – a tal máquina projetada por Da Vinci, que foi construída para a supremacia militar britânica, dotada de vários canhões.
Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan vão ter que se deslocar à Inglaterra, não só para capturar a máquina de guerra e os seus planos, como também uma jóia roubada da rainha – que, por tramóia do cardeal, foi parar entre as coisas de Buckingham, só para semear uma intriga entre ela e o rei.
Como acontece muitas vezes neste tipo de aventura, os melhores momentos dependem dos vilões. O mais interessante deles é o braço direito do cardeal, Rochefort (o ator dinamarquês Mads Mikkelsen, de Depois do Casamento). Ele dá duro especialmente para cima de D’Artagnan, que vai ter que lutar muito por sua vida diante deste sujeito, decididamente malvado e gostando disso.
Com todo o foco nas sequências aéreas, os efeitos especiais dominam boa parte do filme, que procura manter do texto original alguma noção de honra e patriotismo dos Mosqueteiros – o que não deixa de parecer irônico numa produção entre Alemanha, França, Inglaterra e EUA inteiramente falada em inglês.
Visando não deixar de fora o público feminino, toda esta ação, que visa valorizar o 3D, é constantemente pontuada com tramas românticas, envolvendo o rei e a rainha, Athos, Milady e Buckingham e até o jovem D’Artagnan com uma ama real, Constance (Gabrielle Wilde).
Com tantas peripécias, não se pode negar que o filme é movimentado, muitas vezes divertido. Original, já não se pode dizer que seja. Afinal, com batalhas de navios (ainda que no céu) e Orlando Bloom a bordo, impossível não lembrar aqui e ali de Piratas do Caribe.
Neusa Barbosa (Cineweb)
FICHA TÉCNICA
Diretor: Paul W.S. Anderson
Elenco: Logan Lerman, Milla Jovovich, Orlando Bloom, Matthew Macfadyen, Christoph Waltz, Luke Evans, Ray Stevenson, Helen George, Christian Oliver, Til Schweiger, Markus Brandl, Dexter Fletcher, Jane Perry, Mads Mikkelsen, Andy Gathergood, Ben Moor, Susanne Wolff, Freddie Fox, Carsten Norgaard, Isaiah Michalski, Gabriella Wilde, James Corden, Juno Temple, Nina Eichinger, Max Cane, Gode Benedix, Hannes Wegener, Iain McKee, Gudrun Meinke, Florian Brückner.
Produção: Robert Kulzer, Jeremy Bolt, Paul W.S. Anderson
Roteiro: Andrew Davies, Alex Litvak, baseado na obra de Alexandre Dumas
Fotografia: Glen MacPherson
Trilha Sonora: Paul Haslinger
Duração: 110 min.
Ano: 2011
País: Alemanha
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: PlayArte
Estúdio: Impact Pictures
Classificação: 10 anos
Achei bem divertido!
ResponderExcluirTambém.
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