Maravilhoso espetáculo sobre uma senhora de idade tendo aulas de dança com um professor exuberante. Como era de esperar, durante essas aulas de dança vamos conhecendo melhor esses personagens, rindo e nos emocionando com eles. O que superou minhas expectativas foi a quantidade de temas abordados (preconceito, religião, solidão, amizade, amor), como os personagens parecem com pessoas que conhecemos e como os atores conseguem entregar interpretações tão acertadas, principalmente a maravilhosa Suely Franco, que consegue alternar do humor para o drama com genialidade. Um grande espetáculo, imperdível.
Minha Cotação: * * * * *
CRÍTICA | Folha de São Paulo
Atores exibem talento em contradança melodramática
LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA
O drama que lava a alma. "Seis Aulas de Dança em Seis Semanas" é um espetáculo agradável porque diverte e conta uma boa história.
O texto, escrito pelo americano Richard Alfieri em 2001, combina descontração cômica e emoção melodramática em doses equilibradas com grande impacto na assistência. Traduzido em 12 línguas e encenado em 20 países, foi um dos mais produzidos no mundo na última década.
O caso da viúva que decide contratar um professor particular de dança e constrói com ele uma surpreendente e intensa relação afetiva é apresentado na montagem com competência e capricho. O encenador, Ernesto Piccolo, e a diretora de arte Vera Hamburguer resolvem o fato de a trama ser fracionada em encontros temporalmente distanciados com um bom uso dos recursos de vídeo.
A cenografia apresenta uma janela voltada para o mar aberto, onde o passar dos dias e das noites vai sendo pontuado com imagens hiper-realistas do sol e da lua nascendo e se pondo.
Outro fator que colabora na eficácia da encenação é a preparação dos atores em diversas danças de salão, a partir das coreografias de Carlinhos de Jesus. A cada uma das partes bailadas, a fluência dos atores na execução dos passos desperta entusiasmo no público.
O trabalho dos intérpretes é, porém, o aspecto mais decisivo para o êxito do empreendimento. Suely Franco assume uma personagem que exige o máximo de seu talento e cria um dos trabalhos mais marcantes de sua carreira.
Tuca Andrada não fica atrás e, com muita simpatia e precisão, constrói o difícil personagem de um homossexual que se afeiçoa à idosa. Na verdade, na contracena do ator com a atriz, ambos se potencializam para alcançar um resultado extraordinário.
"Seis Aulas de Dança em Seis Semanas" remete à tradição de uma dramaturgia que parte de histórias singelas e comuns para expressar aspectos universais da existência. Não busca inovação formal, mas vai ao encontro da necessidade humana de se reconhecer nas experiências dos outros e, com isso, se reconfortar.
SEIS AULAS DE DANÇA EM SEIS SEMANAS
QUANDO sex., às 21h30; sáb., às 21h; e dom., às 19h; até 31/7
ONDE teatro Renaissance (al. Santos, 2.233, Cerqueira César, tel. 0/xx/11/3069-2286)
QUANTO de R$ 70 a R$ 80
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ótimo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1407201113.htm
No teatro: Seis Aulas de Dança em Seis Semanas
por Rubens Ewald Filho
http://noticias.r7.com/blogs/rubens-ewald-filho/2011/05/06/no-teatro-seis-aulas-de-danca-em-seis-semanas/
Recomendo como uma boa sugestão em teatro, em cartaz em São Paulo, no Renaissance (de sexta às 21h30 e domingo às 19h), esta nova montagem, muito bem realizada, dirigido pelo também ator Ernesto Piccolo e produzida pela Mesa 2 de Fernando Cardoso e Roberto Monteiro.
Confesso que não conhecia o texto original americano de Richard Alfieri (ele escreveu alguns telefilmes, mas eu não os vi, como The Sisters,Puerto Vallarta Squeeze, Harvest of Fire, A Friendship in Vienna).
À primeira vista me pareceu uma réplica a um dos últimos sucessos de Paulo Autran, Visitando o Sr. Green que era sobre um homossexual que fica amigo de um velho judeu quebrando os preconceitos. Aqui é um homossexual professor de dança de salão que fica amigo de uma viúva de reacionário ministro protestante.
Basicamente o mesmo esquema, mas com mudança de sexo. Um texto que dá margem a uma grande interpretação feminina de uma mulher de certa idade, que saiba também se movimentar em cena, ser ágil na dança e sabe passar com facilidade do drama à comédia.
O que cai como uma luva para Suely Franco, que aos 73 anos se movimenta em cena com graça e habilidade. Na verdade, o parceiro dela, o bom ator Tuca Andrade, se comporta com muita generosidade e em momento nenhum compete com ela. Pelo contrário, o tempo todo procura lhe ajudar, sem abafá-la (e olha que um papel exuberante como este, podia dar a estrelismos que felizmente ele evitou).
Como o título já faz prever, são seis cenas em que um professor de dança vem dar aulas para essa senhora solitária, que mora bem num apartamento de vista para o mar.
A projeção revela as diversas posições do Sol e lua, sempre com o mesmo formato. Os dois brigam, discutem, são interrompidos por uma vizinha reclamando do barulho, ensaiam passos de alguma dança (valsa, cha cha cha, rock leve dos Beach Boys etc) usando também roupa adequada. Ela discreta e ele um pouco caricato.
O impressionante é que mesmo sendo previsível o esquema funciona, fazendo a gente aguardar e até torcer pela reconciliação. Não canso de louvar Suely que está perfeita: nas intenções, no timing, na encantadora presença em cena. Acredito que o público alvo irá embarcar inteiramente num espetáculo de muitas risadas e muito prazer. Recomendado.
http://noticias.r7.com/blogs/rubens-ewald-filho/2011/05/06/no-teatro-seis-aulas-de-danca-em-seis-semanas/
Recomendo como uma boa sugestão em teatro, em cartaz em São Paulo, no Renaissance (de sexta às 21h30 e domingo às 19h), esta nova montagem, muito bem realizada, dirigido pelo também ator Ernesto Piccolo e produzida pela Mesa 2 de Fernando Cardoso e Roberto Monteiro.
Confesso que não conhecia o texto original americano de Richard Alfieri (ele escreveu alguns telefilmes, mas eu não os vi, como The Sisters,Puerto Vallarta Squeeze, Harvest of Fire, A Friendship in Vienna).
À primeira vista me pareceu uma réplica a um dos últimos sucessos de Paulo Autran, Visitando o Sr. Green que era sobre um homossexual que fica amigo de um velho judeu quebrando os preconceitos. Aqui é um homossexual professor de dança de salão que fica amigo de uma viúva de reacionário ministro protestante.
Basicamente o mesmo esquema, mas com mudança de sexo. Um texto que dá margem a uma grande interpretação feminina de uma mulher de certa idade, que saiba também se movimentar em cena, ser ágil na dança e sabe passar com facilidade do drama à comédia.
O que cai como uma luva para Suely Franco, que aos 73 anos se movimenta em cena com graça e habilidade. Na verdade, o parceiro dela, o bom ator Tuca Andrade, se comporta com muita generosidade e em momento nenhum compete com ela. Pelo contrário, o tempo todo procura lhe ajudar, sem abafá-la (e olha que um papel exuberante como este, podia dar a estrelismos que felizmente ele evitou).
Como o título já faz prever, são seis cenas em que um professor de dança vem dar aulas para essa senhora solitária, que mora bem num apartamento de vista para o mar.
A projeção revela as diversas posições do Sol e lua, sempre com o mesmo formato. Os dois brigam, discutem, são interrompidos por uma vizinha reclamando do barulho, ensaiam passos de alguma dança (valsa, cha cha cha, rock leve dos Beach Boys etc) usando também roupa adequada. Ela discreta e ele um pouco caricato.
O impressionante é que mesmo sendo previsível o esquema funciona, fazendo a gente aguardar e até torcer pela reconciliação. Não canso de louvar Suely que está perfeita: nas intenções, no timing, na encantadora presença em cena. Acredito que o público alvo irá embarcar inteiramente num espetáculo de muitas risadas e muito prazer. Recomendado.
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