Os irmãos Villas-Bôas saem em busca de aventura, em busca de terras nunca antes visitadas. Mais tarde, esse prazer de ser desbravador não será tão agradável. O filme Xingu trabalha sobre esse tema, o do progresso versus a preservação da natureza, das culturas locais, dos índios. O progresso avança impiedoso eliminando as diferenças, os lugares intocados, as culturas e povos mais fracos. Como lidar com isso?
A trajetória desses irmãos é contada, desde seus aspectos mais humanos, até seus projetos mais nobres, como a tentativa de preservar os povos indígenas e a criação do Parque Nacional do Xingu. Num país como o Brasil, nada mais importante do que discutir justamente essa questão, a do confronto entre o progresso e a preservação. Pode existir ordem (e justiça) nesse progresso?
No meu caso, interessa ainda mais pelo contato constante que tive com lugares que conhecemos no Brasil. Lugares que visitamos numa primeira vez, e ao voltarmos, já não são os mesmos, ora descaracterizados, ora perderam o encanto natural. Não que eu venha aqui posar de defensor da vida selvagem, que eu gosto de conforto, admito, mas existem lugares que conseguem aliar o desenvolvimento local sem que ele interfira negativamente nos aspectos mais peculiares de um lugar.
Sobre o filme em si, além dos aspectos relevantes que aborda, infelizmente achei a narrativa um pouco truncada e não tão emocionante como poderia. Algumas cenas isoladas são impactantes, mas no conjunto fica aquém de uma obra empolgante ou genial. Mas de qualquer forma, é um grande filme, que merece ser visto.
Minha Cotação: * * * *