Uma subversão dos filmes de ação, premiada com o prêmio de melhor direção em Cannes. Como bem salienta a crítica abaixo, ao invés de cenas de perseguição de carros barulhentas com trilha sonora alta, o filme apresenta uma sequência em que a serenidade é o principal elemento. A trilha sonora baixinha, minimalista. Logo no início temos o que "Drive" irá nos apresentar, e que também representa um pouco da forma como o protagonista, interpretado por Ryan Gosling, enfrenta os acontecimentos que lhe sucedem. Até uma cena de beijo, acontece de forma calculada e vagarosa, salientada por um slow motion, embora em momento tenso. Apesar dessa abordagem diferente tanto do diretor como de seu personagem, a violência dos homens está lá, inevitável e determinista, tirando o protagonista do controle da vida (e dos carros) que até então ele possuía.
Minha Cotação: * * * *
CRÍTICA | CINECLICK
DRIVE (2011)
por Roberto Guerra
FICHA TÉCNICA
Diretor: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks, Oscar Isaac, Christina Hendricks, Ron Perlman, Kaden Leos, Jeff Wolfe, James Biberi
Produção: Michel Litvak, John Palermo, Marc Platt, Gigi Pritzker, Adam Siegel
Roteiro: Hossein Amini
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Trilha Sonora: Cliff Martinez
Duração: 100 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Bold Films / Odd Lot Entertainment / Marc Platt Productions / Seed Productions / Drive Film Holdings / Motel Movies
Classificação: 16 anos
Minha Cotação: * * * *
CRÍTICA | CINECLICK
DRIVE (2011)
por Roberto Guerra
http://www.cineclick.com.br/criticas/ficha/filme/drive-2011/id/2906
Em tempos de barulheira veloz e furiosa, Drive soa como sinfonia aos ouvidos. Isso fica claro na sequência de abertura do longa, quando o personagem de Ryan Gosling presta seus serviços de piloto de fuga a dois ladrões que acabam de roubar um armazém de Los Angeles.
Localizados pela polícia, que começa a persegui-los em carros-patrulha com apoio de um helicóptero, o motorista sem nome dá início a um jogo de xadrez sobre rodas que dispensa os sonoros cavalos de pau e a alta velocidade de praxe. Nada de capotagens, de carros de polícia de cabeça pra baixo com sirenes desafinadas. O xeque-mate ocorre no interior de uma movimentada garagem e é dado por um jogador frio, sem alarde, sem barulho.
Este personagem, um tipo de calma desconcertante e poucas palavras, nos remete a um arquétipo bem explorado em Hollywood por décadas: o homem de olhar triste e ambiguidade perturbadora carregando mistérios indecifráveis em sua alma. E Ryan Gosling e seu carisma tímido são muito bem explorados pelo diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn (O Guerreiro Silencioso), vencedor do prêmio de Melhor Diretor em Cannes. Como o escorpião estampado em sua jaqueta, o piloto não pode fugir de sua natureza, e ela o conduz a um final de alta tensão.
Dublê de cenas com carros em Hollywood durante o dia, ele trabalha à noite como motorista profissional de fugas no submundo do crime. Depois de tentar ajudar o marido de sua atraente vizinha Irene (Carey Mulligan), torna-se alvo de perigosos criminoso de Los Angeles. Para livrar Irene e seu filho da fúria dos bandidos, sua única opção é fazer o que sabe de melhor: dirigir.
Passado supostamente nos dias atuais, Drive tem ambientação estética e musical com cara dos anos 80. A trilha sonora possui diversas músicas de Cliff Martinez, que hoje é compositor de trilhas sonoras, mas já foi baterista da banda californiana Red Hot Chilli Peppers. O resultado se alinha perfeitamente com o filme, em todas as sequências, revelando não apenas a tensão visual, mas também sonora de algumas cenas. Por último, a fotografia evocativa de Newton Thomas Sigel dá o tom retrô e faz a audiência mergulhar no mundo dos filmes de carros que marcaram épocas passadas.
Drive, injustamente desprezado pelo Oscar, é verdadeiramente uma das joias de 2011. Refn é parcimonioso com as imagens como seu protagonista é com palavras e leva ao público uma produção mais que bem-vinda num momento em que parece obrigação ruminar tudo à exaustão para o público.
Localizados pela polícia, que começa a persegui-los em carros-patrulha com apoio de um helicóptero, o motorista sem nome dá início a um jogo de xadrez sobre rodas que dispensa os sonoros cavalos de pau e a alta velocidade de praxe. Nada de capotagens, de carros de polícia de cabeça pra baixo com sirenes desafinadas. O xeque-mate ocorre no interior de uma movimentada garagem e é dado por um jogador frio, sem alarde, sem barulho.
Este personagem, um tipo de calma desconcertante e poucas palavras, nos remete a um arquétipo bem explorado em Hollywood por décadas: o homem de olhar triste e ambiguidade perturbadora carregando mistérios indecifráveis em sua alma. E Ryan Gosling e seu carisma tímido são muito bem explorados pelo diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn (O Guerreiro Silencioso), vencedor do prêmio de Melhor Diretor em Cannes. Como o escorpião estampado em sua jaqueta, o piloto não pode fugir de sua natureza, e ela o conduz a um final de alta tensão.
Dublê de cenas com carros em Hollywood durante o dia, ele trabalha à noite como motorista profissional de fugas no submundo do crime. Depois de tentar ajudar o marido de sua atraente vizinha Irene (Carey Mulligan), torna-se alvo de perigosos criminoso de Los Angeles. Para livrar Irene e seu filho da fúria dos bandidos, sua única opção é fazer o que sabe de melhor: dirigir.
Passado supostamente nos dias atuais, Drive tem ambientação estética e musical com cara dos anos 80. A trilha sonora possui diversas músicas de Cliff Martinez, que hoje é compositor de trilhas sonoras, mas já foi baterista da banda californiana Red Hot Chilli Peppers. O resultado se alinha perfeitamente com o filme, em todas as sequências, revelando não apenas a tensão visual, mas também sonora de algumas cenas. Por último, a fotografia evocativa de Newton Thomas Sigel dá o tom retrô e faz a audiência mergulhar no mundo dos filmes de carros que marcaram épocas passadas.
Drive, injustamente desprezado pelo Oscar, é verdadeiramente uma das joias de 2011. Refn é parcimonioso com as imagens como seu protagonista é com palavras e leva ao público uma produção mais que bem-vinda num momento em que parece obrigação ruminar tudo à exaustão para o público.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston, Albert Brooks, Oscar Isaac, Christina Hendricks, Ron Perlman, Kaden Leos, Jeff Wolfe, James Biberi
Produção: Michel Litvak, John Palermo, Marc Platt, Gigi Pritzker, Adam Siegel
Roteiro: Hossein Amini
Fotografia: Newton Thomas Sigel
Trilha Sonora: Cliff Martinez
Duração: 100 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Bold Films / Odd Lot Entertainment / Marc Platt Productions / Seed Productions / Drive Film Holdings / Motel Movies
Classificação: 16 anos
Eu gosto desse filme, me agrada bastante as escolhas do diretor. Que vão desde um esmero visual, passando por delicadeza, até surgir um gore impressionante. Sem dúvida, um dos melhores filmes dos últimos anos. Abração.
ResponderExcluirEsqueci de comentar sobre a fotografia, também gostei bastante, Celo. Abs.
ResponderExcluirFilme interessante, mas sem a menor importância. Não vai servir de referência pra praticamente nada. Essa, pra mim, é a grande diferença entre Um e Mais um.
ResponderExcluirSe vai servir de referência não sei, mas não é "Um" filme fraquinho e sim "Mais um" filme ótimo.
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