Essa simpática comédia tem como maior diferencial o elenco e a temática de terceira idade, com renomados atores como Judi Dench (ganhadora do Oscar por "Shakespeare Apaixonado", de John Madden, que também dirige esse filme), Maggie Smith (da série Harry Potter, mas também ganhadora de dois Oscar) e Tom Wilkinson ("Entre Quatro Paredes"). O filme conta as histórias desses senhores e senhoras que, após diversos problemas na Inglaterra, resolvem morar na Índia em um atraente (pelo menos no panfleto) hotel para idosos.
O elenco é realmente o que destaca essa produção, mas também é ficar atento para como a história trabalha a questão das expectativas e realizações durante uma viagem, ainda mais em um país exótico. Cada personagem irá reagir de um jeito, alguns se modificam com a trajetória, enquanto outros se mantêm fiéis ao seu antigo espírito. O filme pretende mostrar uma Índia ao mesmo tempo caótica (representada pela figura do gerente do hotel, interpretado por Dev Patel, de "Quem Quer ser um Milionário") e cativante (na animação de seus habitantes). O filme poderia explorar melhor o cenário da viagem como modificador da trajetória de alguns personagens, que por vezes parecem forçadas ou gratuitas, mas existem histórias emocionantes e bem desenvolvidas, como a do juiz que retorna para reencontrar um amor do passado; do marido desajeitado que frequentemente é hostilizado pela esposa; e da senhora racista que é obrigada a ser tratada pelas pessoas que discrimina (Maggie Smith, com os melhores momentos do filme).
Minha Cotação: * * * 1/2
CRÍTICA | Cineweb
por Neusa Barbosa
http://noticias.r7.com/blogs/rubens-ewald-filho/2012/05/10/estreia-o-exotico-hotel-marigold/
O diretor britânico John Madden costuma se dar melhor com filmes de época, como seu trabalho mais famoso e premiado, Shakespeare Apaixonado, que conquistou 7 Oscar em 1999 – inclusive um que ficou amargo para o Brasil, o de melhor atriz para Gwyneth Paltrow, derrotando a, por enquanto, única candidata brasileira na categoria, Fernanda Montenegro, que concorria por sua atuação em “Central do Brasil”.
Treze anos depois, a maldição do Oscar parece ter afetado a carreira de Gwyneth Paltrow – que nunca mais fez nada de impacto semelhante ao delicioso Shakespeare Apaixonado. John Madden, ao contrário, continua firme na mão delicada para conduzir histórias agradáveis para todos os públicos, como faz em seu novo trabalho, a comédia O exótico Hotel Marigold.
Um dos segredos do diretor é trabalhar com elencos de reputação acima de qualquer suspeita, o que é fácil aqui, já que a própria necessidade da história, adaptada de romance de Deborah Moggach, requer a escalação de veteranos. Mais uma vez Madden une-se à mesma Judi Dench que tanta sorte tem dado quando se une ao cineasta, conquistando um Oscar de coadjuvante (pelo mesmo Shakespeare Apaixonado) e uma de suas outras cinco indicações, aqui como melhor atriz, por outro filme dele, Sua Majestade, Mrs. Brown, 1997, em que ficava em cena não mais do que oito minutos.
Na pele de Evelyn Greenslade, Judi Dench dá partida a este novo enredo, encarnando uma viúva que precisa juntar os cacos de sua vida. O marido a deixou arruinada e ela não tem o menor traquejo para renegociar suas dívidas, já que era ele quem cuidava de tudo. Cuidava bem mal, como ela descobre tarde demais.
Ela decide vender sua casa e partir para uma guinada radical, uma viagem inédita à Índia, onde pensa encontrar do outro lado do mundo um hotel fantástico, o Marigold, com todo conforto para hóspedes seniores. Juntam-se a ela os demais sonhadores da mesma geração, o casal Douglas (Bill Nighy) e Jean (Penelope Wilton), os incuráveis românticos Madge (Celia Imre) e Ronald (Norman Cousins) e o juiz aposentado Graham (Tom Wilkinson). A única integrante baixo-astral é Muriel (Maggie Smith), que tem sérios preconceitos contra estrangeiros mas acaba indo, já que na Índia ficará mais barato o tratamento médico de que ela precisa para a reparação de seu quadril.
Já na viagem rumo a Jaipur, a cidade onde fica o hotel, começam os problemas. O grupo inglês fica retido num aeroporto, à espera de uma conexão que nunca chega, e decide ir de ônibus, entrando em contato com uma realidade exótica e bastante bagunçada. Mas os aposentados estão levando tudo na esportiva. A surpresa mesmo é quando chegam ao hotel Marigold que, ao contrário das fotos do site, é uma casarão bastante arruinado.
O dono do hotel, o jovem Sonny (Dev Patel, de Quem quer ser um milionário), faz das tripas coração para não perder o lote de clientes de que ele está bem necessitado para levantar o estabelecimento. Ele tanto insiste, esbanjando simpatia, que conquista a maioria e todos acabam ficando. Afinal, eles não têm mesmo nada melhor para fazer e a misteriosa Índia promete emoções novas.
Madge e Ronald partem para o que mais desejam, ou seja, encontrar companhias do outro sexo. Evelyn explora os arredores e alimenta um movimentado blog. Graham pesquisa em bairros distantes, à procura de uma pessoa de seu passado. As únicas que se recusam a deixar o hotel e descobrir qualquer coisa são Muriel e Jean, apegadas ao passado de uma velha Inglaterra que nem mesmo existe mais.
Inúmeras aventuras cômicas enredam os madurões e também o jovem Sonny – que tem o seu próprio imbróglio amoroso para resolver, dispensando um noivado arranjado por sua mãe para ficar com sua amada Sunaina (Tena Desae). Madden mantém a ação em movimento, alternando momentos cômicos e emotivos, tirando o melhor proveito de um elenco verdadeiramente afinado. De quebra, desafia os pruridos xenófobos de Muriel, com um recado politicamente correto.
FICHA TÉCNICA
Diretor: John Madden
Elenco: Bill Nighy, Maggie Smith, Tom Wilkinson, Judi Dench, Dev Patel, Penelope Wilton, Celia Imrie, Ronald Pickup, Tena Desae, Liza Tarbuck
Produção: Graham Broadbent, Peter Czernin
Roteiro: Ol Parker
Fotografia: Ben Davis
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 124 min.
Ano: 2012
País: Índia
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: Blueprint Pictures / Fox Searchlight Pictures / Imagenation Abu Dhabi FZ / Participant Media
Classificação: 10 anos
Ainda não consegui ver esse filme, mas parece ser uma grata surpresa. Gosto dos nomes envolvidos.
ResponderExcluirTambém gosto muito dos nomes envolvidos, e estão todos muito bem.
ExcluirGostei bastante desse filme, por mostrar, além de atores excelentes, que sempre existem muitas possibilidades na vida, mesmo quando achamos que tudo já estava perdido. Sempre é tempo de transformação!
ResponderExcluirÉ verdade, gostei bastante de uma parte que a personagem da Judi Dench fala que, uma vez que eles estão lá, eles tinham duas alternativas, ou seguir reclamando da vida ou aproveitar o que o lugar tinha de bom.
ExcluirVi hoje e gostei também! Mas fiquei com a impressão de que podia melhorar em algumas partes... O romance do gerente com a moça é apresentado de maneira meio exagerada... E concordo com você, o local poderia influenciar mais profundamente na transformação das personagens.
ResponderExcluirFiquei mesmo com esse gostinho de mais mudanças na vida dos personagens em função do local da viagem. Nesse sentido, achei que o filme perde para o Comer, Rezar e Amar, que explora melhor os lugares de viagem.
ExcluirThesе are really wondeгful іdeas іn cοncernіng blogging.
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