14 de nov. de 2011

Narrativas Fotográficas


Comecei mais um curso de fotografia. Dessa vez o nome da oficina é "Narrativas Fotográficas" com Karina Bacci, e pretende estudar algumas formas de contar histórias através de fotografias.

A primeira aula foi para um panorama da história da fotografia, desde o século XIX, quando foi inventada a caixa escura, que era um dispositivo que conseguia refletir uma imagem de fora para dentro da caixa. A invenção da fotografia possui vários possíveis autores: Niépcia, Daguerre, Talbot, Bayard e Hércules Florence. Só em 1888 foi inventada a câmera portátil, a partir daí todos nós, reles mortais, podemos levar nossas câmeras por aí e registrar os momentos da vida.

Behind the Gare Saint-Lazare
Henri Cartier Bresson, 1932
A fotografia é marcada por vários momentos. Num primeiro, ela representava uma maior liberdade para a pintura, que não precisava mais retratar a realidade como ela era (para isso, agora existia a fotografia), mas de fato fotografia e pintura sempre exerceram uma influência mútua.

De 1889 a 1910, o pictorialismo buscou, através de intervenções na fotografia (filtros, telas, luz e sombras), procurou dar um caráter mais artístico à fotografia, já que ela não era considerada arte. Depois disso, a fotografia direta conseguiu introduzir elementos como enquadramento, exposição e luz para definir o trabalho como artístico. Um dos grandes mestres da fotografia direta é Henri Cartier Bresson, que buscou registrar o "momento decisivo", ou seja, um ato espontâneo e único que pudesse ser fotografado. Na foto ao lado, por exemplo, Karina salientou aspectos da foto como o registro único do homem sobre a água, o reflexo na água e todo um jogo de espelhos, não somente na imagem refletida na água, mas também do movimento do cartaz que se assemelha com o homem e nas formas geométricas que se repetem.

Outras formas de arte fotográfica que surgiram foram a fotografia pura (geométrica, abstrata), as vanguardas (experimentalismo, dadaísmo), as fotografias subjetivas, o construtivismo (movimento russo que defendia a arte para todos) e o surrealismo (um objeto fora de lugar, provocando estranheza). Um dos maiores expoentes é Man Ray, que gostava de provocar essa inquietação. A foto abaixo, por exemplo, mostra uma pessoa adormecida segurando uma máscara. O eu adormecido, a máscara prevalece.

"Noire et Blanche" de Man Ray, 1926

"Escada" de Alexander Rodchenco, de 1930, obra que
dialoga com o cinema de Eisenstein de "O Encouraçado Potemkin"

Outros interessantes fotógrafos abordados foram Duane Michals e Abelardo Moreli, Francesca Woodman e Robin Rohde. No caso de Michals, por exemplo, o uso das fotosequências é adotado. A foto abaixo mostra um encontro casual entre dois homens na rua.

"Chance Meeting" de Duane Michals

Outro trabalho interessante, de Abelardo Morell, é a série "Camera Obscura". Nessa série, o artista cobriu janelas de quartos de hotéis com um plástico preto, deixando apenas um pequeno orifício por onde a luz entrava. Como uma câmera escura de antigamente, a imagem de fora é refletida para o interior da caixa preta, só que invertida. O resultado é bem interessante.


"Manhattan View Looking South in Large Room", 1996 de Abelardo Morell

"View of Central Park Looking North-Fall", 2008
Camera Obscura

I made my first picture using camera obscura techniques in my darkened living room in 1991. In setting up a room to make this kind of photograph, I cover all windows with black plastic in order to achieve total darkness. Then, I cut a small hole in the material I use to cover the windows. This allows an inverted image of the view outside to flood onto the walls of the room. I would focus my large-format camera on the incoming image on the wall and expose the film. In the beginning, exposures took five to ten hours.

Over time, this project has taken me from my living room to all sorts of interiors around the world. One of the satisfactions I get from making this imagery comes from my seeing the weird and yet natural marriage of the inside and outside.

A few years ago, in order to push the visual potential of this process, I began to use color film and positioned a lens over the hole in the window plastic in order to add to the overall sharpness and brightness of the incoming image. Now, I often use a prism to make the projection come in right side up. I have also been able to shorten my exposures considerably thanks to digital technology, which in turn makes it possible to capture more momentary light. I love the increased sense of reality that the outdoor has in these new works .The marriage of the outside and the inside is now made up of more equal partners.


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