22 de nov. de 2011

Os 3


Filme moderninho sobre personagens moderninhos vivendo num lugar moderninho, mas que tem seus momentos engraçados (principalmente graças aos dois velhinhos) e interessantes no jogo de verdade  e mentira que os personagens começam a viver. No triângulo amoroso rola até beijo gay, mas fica tudo um pouco na superfície o envolvimento entre os protagonistas. A leveza dá o tom.

Minha Cotação: * * *



Crítica Cineclick
OS 3
Roberto Guerra
http://www.cineclick.com.br/criticas/ficha/filme/os-3/id/2838

A vida ficcional é muito mais difícil de ser vivida do que a vida real. É o que descobrem os personagens de Os 3, longa de estreia de Nando Olival que avança por terreno pouco explorado pelo cinema nacional: o universo jovem. Por meio da história dos amigos Camila, Rafael e Cazé (os novatos Juliana Schalch, Victor Mendes e Gabriel Godoy) o filme se propõe a fazer uma crítica à sociedade de consumo e aos famigerados reality shows, ao passo que explora as relações amorosas contemporâneas pela ótica de seus três jovens protagonistas.

No longa, a personificação da juventude recai em modelos tipificados e estereotipados. Faltou a Olival preencher seus personagens com detalhes, nuances originais, singularidades que lhes dessem mais realismo, ajudando a quebrar a roupagem pronta com que são apresentados ao público. Ainda assim, Os 3 carrega uma estética sedutora, moderna e fácil de consumir.

O trio de protagonistas se conhece de maneira incomum e, imediatamente, forma um vínculo forte entre si. Os amigos alugam um apartamento e, de tão próximos, passam a ser conhecidos como “Os 3″. Vivem quatro anos imersos nessa amizade, mas com o fim da faculdade, e tendo de seguir cada um seu caminho, aceitam transformar o apartamento em que moram num cenário de reality show, onde tudo está à venda e eles são os personagens. Os problemas surgem quando o programa começa a ser ameaçado pela empresa que os patrocina por falta de audiência – a vida real não é atraente o bastante. Vendo a iminente diluição do projeto, os personagens articulam um plano que os fará interpretar a si mesmos, atuando dentro de suas próprias vidas.

O trabalho de Olival tem seus méritos. Mesmo que estereotipado, o trio de protagonistas é cativante e natural, levando o espectador a compactuar com suas realidades. Tecnicamente caprichado, o longa tem bom trabalho de câmera, fotografia e direção de arte precisa e detalhista. O somatório desses valores resulta em experiência de cinema essencialmente agradável e, apesar de não se aprofundar muito nos temas que aborda, tem densidade suficiente para levar o público à reflexão.

O problema é que, por vezes, esta reflexão é interrompida – principalmente na metade final do filme – por um didatismo desnecessário, que tenta explicar, quase sempre de modo verbalizado, o que as cenas já dizem ou supõem. Olival parece não ter confiado muito no poder de suas imagens, mas ainda assim leva às telas um filme que merece ser conferido.


FICHA TÉCNICA
Diretor: Nando Olival
Elenco: Juliana Schalch, Gabriel Godoy, Victor Mendes, Sophia Reis, Guilherme Godoy, Cecília Homem de Mello, Rafael Maia, Alceu Nunes, Henrique Taubaté
Produção: Nando Olival, Ricardo Della Rosa
Roteiro: Thiago Dottori, Nando Olival
Fotografia: Ricardo Della Rosa
Duração: 79 min.
Ano: 2011
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Warner Bros.
Classificação: 14 anos

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